A Melhor das Desgraças - Parte 2 de 2
Chegamos no Museu ao meio-dia e saímos de lá às duas horas. Não preciso dizer que foi corrido e que ninguém viu o museu inteiro. De lá rumamos para a Estação Ciência pois tínhamos horário reservado para as três da tarde e com o motorista que tínhamos todo minuto era valioso.
Detalhe: não almoçamos. O atraso foi tamanho que não dava tempo de almoçar.
Assim que chegamos na Estação Ciência fomos informados que haveria uma espera de vinte minutos. Algumas pessoas corajosas resolveram “almoçar” na “Lanchonete... da... Ciência” (essas reticências fazem parte do nome original). Lá não havia muitas opções. Ou você comprava “salgadinhos deliciosos” (como dizia o menu) por R$ 2,50 ou comprava refrigerante por R$ 2,00. Eu comprei um refrigerante e só, os que compraram o salgado comentaram que ele estava muito longe de ser delicioso e que o guardanapo da lanchonete era gorduroso.
Cinco minutos antes de sermos chamados descobrimos que há uma máquina de salgadinhos com Ruffles, Cheetos e outros produtos mais confiáveis. Pena que era tarde demais para muitos...
Já dentro do recinto fomos divididos em dois grupos. Um prosseguiu para a ala de Matemática e outro foi para a área de Física. Fiquei nesse último e fui marcado. Agora você deve estar se perguntando: “foi marcado com o quê?”. Já vou explicar.
Fomos até uma máquina que gerava correntes elétricas e o instrutor pedias às pessoas para tocar numa superfície de maneiras diversas. Só com a mão, com o dedo, com um lápis etc. Eu fui chamado para tocar a superfície com o dedo. Percebo que estou levando um pequeno choque, mas não tiro o dedo do lugar. O monitor me olha com cara de preocupado e diz: “você tá sentido alguma coisa?” eu digo “sim, um choque”. O monitor adquiriu uma face de “mexi com o que não devia” e desliga a máquina. Eu tiro o dedo e percebo que fui marcado. Ganhei uma bela bolha no dedo que existe até hoje.
Mudamos de monitor. Esse novo explica sobre rochas, terremotos, vulcões e feudalismo (?). Esse monitor era meio, com o perdão da palavra, idiota. Perguntava mas não deixava ninguém responder. Fazia observações infantis como “olha o cachorro ali” (em uma maquete sobre feudos um cachorro não tem importância nenhuma). Mudamos de área, e por sorte de instrutor.
A nova área era biologia. Vimos sexualidade, répteis, animais marinhos (esse nós só vimos, o guia não quis comentar), e animais venenosos e peçonhentos (que foram explicados através de um encenação tosca na qual o instrutor pediu para que algum voluntário “emprestasse seu dedo”). De lá fomos para Matemática e nos divertimos bastante. Tudo foi muito bem explicado e o monitor era excelente..
Saímos do recinto às cinco. Esperamos em frente ao terminal da Lapa até às 18:30. O motorista do ônibus não aparece. As pessoas começam a ficar apavoradas (para muitos ia ocorrer um arrastão ali se a gente não fosse embora logo). Ninguém ousa usar o orelhão repleto de propagandas para “programas noturnos”. Descobrimos mais tarde que o motorista ficou esperando por todo esse tempo, sem avisar, em uma rua a quatro quadras da Estação Ciência.
Quando descobrimos isso foi uma euforia. Imagine um grupo de 40 interioranos medrosos correndo nas calçadas quase que de mãos dadas e você saberá como foi. Ao chegar no ônibus alguns foram reclamar com o motorista, outros gritavam “fecha a porta!Vamos embora, rápido!” e os demais pareciam se recuperar do maior susto de suas vidas. Foi em meio a reclamações e gritos que rumamos ao último ponto da viagem: o Shopping Center Norte.
Assim que atingimos o shopping cada um foi para um canto. Eu e meus amigos fomos ao banheiro (coisa que ninguém usou desde o Museu do Ipiranga).De lá fomos para a Praça de Alimentação.
As Palavras “Praça de Alimentação” nunca foram tão agradáveis. Eu, por exemplo, não comia desde as seis da manhã quando paramos no Rodoserv. Por isso pedi, junto com mais duas pessoas, uma pizza gigante no Pizza Hut.
Saímos do shopping sem mais confusões às 22:30. Na saída de São Paulo a última surpresa: nossa motorista trava uma rua no sinal vermelho(o que significa parar no meio do cruzamento porque errou a curva). Causamos com isso um pequeno congestionamento atrás de nós, mas conseguimos deixar a cidade.
De resto foi tudo bastante normal. Estávamos na porta da escola às quatro da manhã.
Como você pode ver a excursão foi simplesmente imprevisível, mas no final deu tudo certo porque retornamos “VIVOS”!
3 Comments:
E assim termina a história.
Agora vou responder a algumas perguntas e atentar para um fato que não foi citado no texto. Primeiro as perguntas:
1-conseguiu montar o cubo?
Não.Montava apenas uma face do cubo mágico,depois desfazia tudo e montava de novo.
2-o que houve com o motorista? Abduzido? Raptado? Fugiu com o estepe?
Até hoje ninguém sabe responder essa pergunta. E temos muito medo de lembrar disso.
Agora quero ressaltar: poderia ter sido pior, bem pior.O nome da companhia de viação era Mulher Turismo. Nunca tinha ouvido falar, mas ao que tudo indica era de confiança da escola até nossa excursão. Semanas mais tarde descubro que um ônibus desta companhia tinha atropelado uma mulher nas proximidades de Presidente Prudente... Pelo jeito o que nós tivemos foi sorte.
Baci e abracci a tutti!
Hahahahahahaha nossa rindo muito aqui com as confusões principalemnte na saida da estação ciência!
Hey, se quiser conhecer a cidade outro dia e ter a tutela da ti rê é só chamar tá?!
Texto fantástico sobrinho querido :D
Baci
Hilário, Lord! Se não fosse você contando eu não acreditaria que alguém pode passar por tanta confusão junta. Ok, a Mica pode, mas ela é exceção à regra. De qualquer forma, excelente texto! Que bom que todos voltaram sãos e salvos. Seus pais sabem de todos estes detalhes? Se sim, eles te deixariam ir novamente?
Beijos!
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