quinta-feira, julho 20, 2006

Do Cinema

Do Cinema
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Um certo tempo atrás eu resolvi ir ao cinema ver a seqüência de um filme de animação de muito sucesso.Detalhe:tive a esplendida idéia no dia da estréia.Foi só chegar na porta do cinema e ver aquela multidão de crianças inquietas e pais cansados.Por algum motivo que não entendo não havia fila para compra do ingresso...Ao adquiri-lo entrei na sala e para minha surpresa encontro-a quase vazia (é bom ressaltar que em minha cidade cinemas não lotam com raras exceções).Enquanto aguardava o filme (cheguei 20 min antes da sessão começar) não pude deixar de notar nos tipos de pessoas que foram aparecendo,mais uma vez tive sucesso em notar estereótipos.
Para minha sorte (ou azar), logo atrás de mim chegou uma senhora idosa acompanhada de suas filha e neta. E demonstrou ser o típico cinéfilo da melhor idade. Mal se acomoda no lugar e já começa a reclamar do mau atendimento que recebeu na venda de ingressos e de quitutes na entrada do cinema (isso quando a indignação não é tanta que a pessoa chega a se levantar para proferir suas reclamações em alto e bom som). Ah, sim é bem provável que assim que o filme atingir 20 minutos de duração este comece a roncar, caso contrário pode-se esperar um sonoro espirro abafado que vai quebrar sua concentração.
A minha frente senta-se o pesadelo de qualquer pessoa que vai ao cinema, um casal de meia-idade acompanhado por nada mais, nada menos que 8 crianças entre 3 e 10 anos. Obviamente não preciso mencionar que estes não paravam quietos. Um garoto que aparentava ter 4 anos não parava de pular na cadeira até faltarem 5 minutos para começar o filme. Aquele movimento frenético já começava a me irritar e então comecei a olhar para o outro lado. Nem me virei direito e ouço “Rogério, o Cauê se mijou inteirinho de novo!”. No que olho vejo a mulher com uma cara de “sabia que isso ia açontecer” e o garoto dos saltos frenéticos com a calça toda molhada. O tal Rogério faz uma cara de desgosto terrível e sai do cinema acompanhado do garoto. Não voltaram (ainda bem).
Começa o filme.
Durante as cenas iniciais pelo menos uma das crianças sentadas à minha frente soltava aquelas frases óbvias: “Hahahahaha! Ele caiu papai!”, “Nooooossaa! Que montanha graaannde hein?” e “Ele não vai morrer, vai mamãe?”. No mínimo irritante.
Quando eu achava que não ia acontecer mais nada de errado ouço a maldita campainha do celular do acéfalo que se sentou ao meu lado. E não é que ele atendeu mesmo? Aí segue todo aquele diálogo irritante: “Alô? Oi bem, tudo ótimo e com você? Legal. Escuta, você não quer me ligar mais tarde? Eu to no cinema agora sabe...”.
Acaba o filme.Sobem os créditos. Eu não saio do meu lugar. Sei que manada de adultos e crianças vai dentro em breve descer as escadas de maneira desordenada. Dito e feito, todo aquele povo começa a se acotovelar nas escadas assim que a luz é acesa. São apenas alguns segundos de confusão. Passado um minuto ou dois restam apenas aquelas pessoas (eu incluso) que sabem que vale a pena esperar a manada ir embora.
O filme? Bom, foi divertido. Assim que saí do cinema fui pra casa e dei continuidade a minha rotina normalíssima e num ímpeto de inspiração e um quê de revolta descrevi aqui o que vi naquela sala de projeção cinematográfica que não parecia nem um pouco anormal apesar do público...
Aqui me despeço dizendo até a próxima e cuidado onde pisa.

1 Comments:

At julho 25, 2006 3:16 PM, Blogger *Renata Costa* said...

Sobrinho querido! Eu entendo perfeitamente o que é assistir filme dentro do "Zoo" ...rs.......por isso mesmo para apreciar melhor meu heroi favorito de todos os tempos fui de novo ao cibe ontem......nada como sessõa de segunda.....peguei a sala vazia e o melhor lugar do cinema

Baci querido e até logo ;)

 

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