A Melhor das Desgraças - Parte 1 de 2

Imagine o roteiro de Férias Frustradas. Troque a viagem em família por uma excursão escolar. Acrescente um motorista de ônibus perdido, músicas de péssimo gosto e um congestionamento. Visualizou? Se sim você deve ter tido noção de como foi minha excursão rumo a São Paulo cerca de um ano atrás.
Foi inesquecível por vários motivos. Primeiro: foi minha primeira excursão pela escola a uma distância tão grande. Segundo: foi, segundo a professora que organizou a excursão, a primeira vez que tanto problema ocorreu. E terceiro: porque me diverti como nunca. Segue nas linhas abaixo, um resumo dos principais acontecimentos dessa excursão que foi por alguns resumida como “a melhor das desgraças”.
Deveríamos estar na porta do colégio aguardando o ônibus às 2 da manhã.Realmente,todos os que iriam à excursão estavam lá,mas o ônibus não. O tempo passa. Após uma breve espera de uma hora o tão esperado “ônibus” chega. Durante esse curto período de espera um dos professores que iria nos acompanhar (e que não tinha celular) ficou aguardando na estrada, mais especificamente na entrada da cidade onde mora. Foi um Deus-nos-acuda dos demais professores: não tinha como avisar o Baraldi que o ônibus tinha atrasado.No final das contas chegamos à conclusão que não ia adiantar se desesperar por uma causa perdida: o professor haveria de notar o atraso e ir embora.
Mas voltemos ao ônibus, ou pelo menos àquilo que um dia foi um ônibus. A alegria da chegada deste só não foi maior que a decepção de ver a situação que nos encontrávamos. Aparentemente o ônibus tinha um pneu furado e tinha uma corrente presa a este (?). O mistério da noite foi como aquele ônibus tinha chegado até a escola e como ele iria prosseguir estando naquele estado.
A professora de geografia que coordenou a excursão (Neuza, obrigado por tantos bons momentos, de verdade) ficou espantada com a situação em que nos encontrávamos e disse que não iríamos naquele ônibus.Ela foi devidamente apoiada por alguns poucos pais que queria se despedir pessoalmente dos filhos. Após ouvir um sermão dos pais e professores que se encontravam no local o motorista é visto abrindo o local onde o estepe do ônibus é guardado. Aqui acontece o segundo mistério da noite. Após realizar tal proeza o motorista do ônibus some junto com o estepe! Neuza, confusa, liga para a companhia de viação para que mandem outro ônibus. Todos começam a perceber que ,talvez, aquela excursão não tenha sido uma idéia tão boa assim.
O outro ônibus (maior e melhor que o primeiro) chega às 4 horas e meia da manhã e finalmente saímos em viagem. Ao passar pela entrada de Garça (onde o outro professor estava esperando) não vemos nada e prosseguimos com a viagem.
Se a espera pelo ônibus foi assustadora o período que passamos dentro do ônibus foi uma tortura. Alguns reclamavam dizendo “quero dormir”, eu reclamava gritando “quero ler” e a infeliz grande maioria gritava “quero ver DVD”. Colocam o DVD. Até agora não sei de onde tiraram aquela porcaria: Show do Eminem e Snopp Dog ao vivo! Uma lástima. Simplesmente terrível. Por sorte foram “apenas” duas horas de show até que as professoras disseram que era bom desligar e dormir um pouco. Mentira. Nem elas agüentavam mais.
A viagem transcorreu bem até chegarmos na marginal. Um adorável congestionamento que nos tomou três horas se mostrava à nossa frente. Por pouco não colocam o DVD de novo. Mas as professoras admitiram “assim não dá”. Para passar o tempo peguei um cubo mágico com um amigo e aquilo me ajudou a passar o tempo...